SOMOS O QUE PARTILHAMOS - Editorial pré-lançamento | jul23

SOMOS O QUE PARTILHAMOS - Editorial pré-lançamento |  jul23

Repetida à exaustão pelo Diogo Vasconcelos, “somos o que partilhamos” foi uma frase cunhada por Charles Leadbeater, seu amigo e consagrado autor e ator da inovação social. Na sua versão original: “we are what we share”. Exatamente há 12 anos atrás começava quase desta forma o editorial da revista Impulso Positivo, no seu número 4, dedicado ao Diogo que falecera nesse mês de julho, inesperadamente, com 43 anos.

Enquanto colaborador da Cisco, quando o Diogo descobria um projeto socialmente inovador numa qualquer parte do mundo, ele partilhava-o em várias outras geografias, na esperança de que alguém o replicasse, acelerando assim a nossa capacidade enquanto humanidade de resolver problemas sociais. Partilhava a ideia, o projeto, o negócio social, e fazia pontes entre os fundadores e os interessados em fazer igual, entusiasmado com o potencial de replicação, e dando energia e apoiando.

Os desafios hoje são ainda mais complexos do que há 12 anos atrás. Sociais, ambientais e económicos. Num projeto como o de-fora-a-fora, dedicado à partilha do que sabemos sobre os problemas sociais e sobre as soluções existentes ou potenciais, não podem ser ignorados também os desafios ambientais e económicos. Porque um ambiente descontrolado ameaça o bem-estar social a todos os níveis. E se há desafios económicos, os sociais são exponenciados. O Global Risks Report de 2023 do World Economic Forum destaca os principais dez riscos no curto prazo, a 2 anos, e três são de natureza social; nas posições 1, 5 e 10: 1º risco, o mais severo: Crise do custo de vida; 5º. Erosão da coesão social e polarização social; 10º. Migração involuntária em larga escala. A seriedade destes desafios é inquestionável e não precisamos de ir além do contexto nacional e europeu para percebermos que estes riscos são uma realidade e muito desafiante. O referido relatório utiliza as palavras “cooperação” e “colaboração” 9 dezenas de vezes, num apelo incisivo a que pessoas e organizações partilhem.

Cada um de nós, individualmente, e cada organização, tem de fazer cada vez melhor, aprender cada vez mais depressa e partilhar o que aprende. Para que outros possam replicar, acelerando-se assim a nossa capacidade, enquanto sociedade, de criar cada vez melhores respostas para os desafios sociais.

É nesse espírito que criei a de-fora-a-fora e que a equipa que lhe vai dar forma terá em permanência o convite aberto à participação de cada um. LEIA, ESCREVA e PARTICIPE nos nossos eventos. PARTILHE. Queremos aprender consigo.