Avaliação de Impacto: 4 passos rumo a uma monitorização mais eficiente

Avaliação de Impacto: 4 passos rumo a uma monitorização mais eficiente

É comum que nós, agentes ativos de transformações, estejamos concentrados nos nossos afazeres que envolvem, na maioria dos casos, dividirmo-nos entre praticar malabarismo com os orçamentos enxutos, gerir os números mínimos de profissionais nas nossas organizações e seguir comprometidos com as nossas causas.

Acontece que, seja por pressão dos financiadores ou por um impulso do próprio ecossistema, o fato é que a monitorização e avaliação dos impactos gerados nos nossos projetos vieram para ficar!

O foco do trabalho da Transforma.aí é transformar realidades e sabemos que, para isso, é fundamental planearmos os impactos que pretendemos promover. Assim, neste primeiro artigo, produzido a várias mãos pela nossa equipa, partilhamos a experiência vivida ao lado da Casa do Impacto, que aceitou o desafio de compreender mais e melhor os impactos que promovem no ecossistema do empreendedorismo e da inovação social em Portugal.

Antes de mergulharmos no processo, gostávamos de pontuar que não há uma receita pronta para se avaliar os impactos. Há o que é possível e o que conseguimos monitorizar, de acordo com o tamanho das nossas pernas.

Posto isso, convidamos-vos a conhecer os quatro passos dados por nós rumo ao planeamento e a avaliação do impacto da Casa do Impacto. São eles: Diagnóstico; Teoria da Mudança; Matriz de Indicadores e Balanced Scorecard (BSC).

1 - Diagnóstico

Na fase inicial é fundamental entendermos onde a organização se encontra. Neste sentido, a nossa metodologia prevê o diagnóstico como o primeiro passo. Por meio da análise das informações fornecidas, além de entrevistas com a liderança e os principais representantes da organização, foi possível compreender o cenário atual e as principais oportunidades para potencializar o impacto.

“A criação de uma estratégia de avaliação de impacto para um Hub como o da Casa do Impacto é fundamental para medir a efetividade das nossas iniciativas, garantindo resultados concretos, aperfeiçoamento contínuo e a geração de mudanças positivas e sustentáveis na comunidade e no meio ambiente.”, diz Inês Sequeira, Fundadora e Diretora da Casa do Impacto.

2 - Teoria da Mudança

A fase do diagnóstico possibilitou o balizamento do próximo passo, a construção da Teoria da Mudança. É provável que já tenham ouvido falar dela, trata-se de uma ferramenta que está a ganhar espaço no mundo das iniciativas de impacto.

Resumidamente, a Teoria da Mudança tem o objetivo de fortalecer a transparência da organização, bem como sua relevância, comprometimento e a construção de uma narrativa clara que comunique os impactos gerados.

Nesta etapa, trabalhamos com a Casa de Impacto durante três dias intensos para a cocriação de uma Teoria adequada à realidade da sua área de atuação.

“O processo de criação foi intenso e rico em aprendizagens. A abordagem metodológica foi essencial para promover uma compreensão profunda das complexidades inerentes ao desenvolvimento de uma estratégia de transformação sólida que certamente proporcionará um impacto significativo, positivo e duradouro das iniciativas da CI”, explica Nuno Comando, Head de Incubação, Aceleração e Comunicação da Casa do Impacto.

3 - Matriz de Indicadores

Após construirmos a Teoria da Mudança, que envolveu um diagnóstico inicial e a definição dos impactos e dos caminhos que serão necessários para alcançá-los, passámos para o desenvolvimento de uma Matriz de Indicadores. Essa ferramenta possibilita a medição e a monitorização dos resultados de curto e longo prazo, apontando assim, os impactos que a organização está a promover.

“Foi um processo exigente, introspectivo e simultaneamente estratégico, essencial para qualquer organização avaliar o seu rumo e as mudanças que produz na sociedade”, declara Gustavo Freitas, Head de Investimento de Impacto da Casa do Impacto.

4 - Balanced Scorecard (BSC)

Fomos buscar na gestão empresarial uma ferramenta que garante que o processo de desenvolvimento e escolha de projetos estejam alinhados ao planeamento estratégico e às linhas de atuação da própria organização. O BSC customizado por nós, permite, além de mensurar os projetos apoiados, possibilita aos gestores as evidências necessárias que justificam os investimos aportados com transparência e governança.

A Casa do Impacto está prestes a testar a ferramenta que trará a oportunidade da organização balizar as suas estratégias de atuação, considerando os projetos que já estão sendo executados e as novas iniciativas que ainda serão apoiadas no país.

A nossa experiência permitiu-nos constatar que o percurso em direção à padronização do processo de avaliação de impacto é longo, questionável, mas, por outro lado, completamente possível!

Que possamos garantir que as nossas ações não apenas façam a diferença no mundo, mas também que essa diferença seja mensurável, sustentável e verdadeiramente transformadora!

Bons impactos em 2024!