Um “novo normal” analógico e relacional - Editorial pré-lançamento | ago/set23

Um “novo normal” analógico e relacional - Editorial pré-lançamento | ago/set23

Temos muitos problemas sociais. De variada natureza. Problemas relacionados com o envelhecimento (e são tantos), com a pobreza, com a educação, com a habitação, de obesidade e alimentação, de doenças, de participação cívica, de falta de comunidade, de diversidade e de inclusão, de gestão da floresta e de ambiente, de resposta à deficiência, ... Isto para citar apenas alguns, sem ser sistemática e ficando apenas pelos grandes títulos.

Estes problemas cruzam-me, reforçam-se, são complexos.

E a maioria de nós não está a fazer o suficiente. Não sabemos muitas vezes o suficiente sobre os problemas em si, nem sabemos o suficiente sobre alternativas de solução. Os problemas são complexos, precisamos de partilhar muito para os compreendermos. As soluções não são únicas, nem estandardizáveis, têm de ser experimentadas e acompanhadas com um grande foco na aprendizagem e no ajuste pelo caminho. Precisamos de partilhar soluções e aprendizagens para desenharmos melhores respostas, mais eficazes e mais eficientes. Precisamos de unir várias vozes, de debater e ir chegando, em conjunto, a soluções que se vão experimentando e melhorando. Precisamos de partilhar recursos e competências. De apostar em parcerias e em redes. Para irmos mais longe, melhor.

Para isso nasceu o de-fora-a-fora.

Um projeto que inclui uma plataforma editorial colaborativa onde quem tem algum conhecimento sobre os problemas e sobre as soluções é convidado a partilhar. Por escrito, em áudio ou vídeo.

Quem tem conhecimento é quem lida com os desafios sociais, seja a partir de uma organização social, mais clássica ou inovadora, seja uma empresa que está bem radicada na comunidade ou que desbrava agora o S do ESG, seja uma autarquia que conhece ou quer conhecer bem o tecido social e das organizações sociais do seu território. Seja um voluntário. Ou um académico que estuda os problemas sociais. Todos podem contribuir com valor para a de-fora-a-fora.

Se há coisa que a pandemia nos ensinou é que somos capazes de unir esforços a níveis impensáveis antes. Se há coisa que o pós-pandemia nos ensinou é que somos muito rápidos a reverter para o “normal”. Será o “novo normal” apenas algo no domínio da tecnologia?

Porque não discutimos o “novo normal” no plano das relações, das parcerias, das redes e da colaboração em geral?