Sensibilizar empresas e gestores para o impacto das doenças

Sensibilizar empresas e gestores para o impacto das doenças

Há umas semanas fui desafiado, na qualidade de gestor de topo de uma empresa, a participar num webinar organizado por uma associação de doentes. Quando me preparava para este desafio, dei comigo a pensar que muito pouco ou nada sabia sobre a doença debilitante em causa.

Procurei e recolhi informação. Lembrei-me nesse momento de um colaborador da minha empresa, a quem foi diagnosticada esclerose múltipla precoce. Esta doença começou por lhe limitar alguns movimentos. Com o passar do tempo, o grau de mobilidade deste nosso colaborador reduziu-se drasticamente e tivemos de alterar o seu posto de trabalho e de criar novas condições para que pudesse estacionar o seu carro junto do acesso com elevador. Felizmente, temos hoje a digitalização dos processos, o que contribuiu decisivamente para que este colaborador ainda hoje possa desempenhar as suas funções de forma exemplar, mas a partir de casa.

Quando me perguntaram nesse webinar que sugestões teria para apresentar à direção dessa associação, referi que, nas empresas, tudo se deve iniciar com a sensibilização dos seus gestores e colaboradores. Todos nós temos nas nossas equipas, colaboradores ou familiares que padecem de alguma doença que lhes possa limitar o desempenho. Devemos por isso, procurar saber mais sobre as doenças, sobre a forma como afetam as pessoas e sobre possíveis formas de as ajudar a minimizar os impactos, a integrá-las e a facilitar o seu dia-a-dia. Mas não necessariamente apenas nas empresas.

"Todos nós temos nas nossas equipas, colaboradores ou familiares que padecem de alguma doença que lhes possa limitar o desempenho"

Deixo por isso três sugestões:

  • Sensibilizar a sociedade em geral, começando pelas escolas primárias e secundárias;
  • Sensibilizar os estudantes nas universidades;
  • Sensibilizar os gestores das empresas.

Através de ações de sensibilização, as diferentes associações de doentes (por exemplo, de epilepsia, diabetes, parkinson, daltonismo, etc.), devem ser convidadas a explicar as doenças e os seus efeitos, bem como a apresentar formas de minorar os seus impactos. Dito de outra forma, como é que os colaboradores se podem adaptar e ajudar e como podem as empresas preparar, adequar os postos de trabalho e adotar novas formas de trabalho.

Seria um pequeno passo para começar a criar um mundo empresarial melhor e fazer a diferença, pelo exemplo, na sociedade.