Transformar ideias em impacto: o papel da gestão de projetos

Transformar ideias em impacto: o papel da gestão de projetos

São 8,5 biliões. Estamos na era da transformação digital e dos modelos híbridos de trabalho. Mudaram-se os paradigmas da comunicação e passamos das cartas enviadas por correio às chamadas por facetime. A velocidade e a complexidade dominam os ambientes organizacionais. Há um aumento significativo de coisas novas a surgir. Já imaginaram a quantidade de projetos dentro de uma organização que necessitam de gestão diária?

A gestão de projetos tornou-se não apenas uma competência valiosa, mas também uma necessidade absoluta. Grandes projetos já foram (e continuam a ser) geridos de forma contínua. Já pensaram como será gerir um TGV, uma Wikipedia, a construção do Burj Khalifa, a Netflix Streaming ou a World Wide Web (a nova casa onde tudo mora: “www”)? Na gestão de projetos é preciso ser-se um Top Gun e comandar missões, aparentemente, impossíveis!

A área da inovação e empreendedorismo social não é exceção, precisamos de alcançar o potencial máximo das soluções inovadoras. E como fazê-lo através da gestão de projetos?

  1. É necessária uma abordagem metodológica e estruturada para transformar as ideias inovadoras em realidade tangível, guiando o processo desde a conceção até à implementação do projeto. Como exemplo, a metodologia da Toyota, que fornece um A3 de qualificação bem estudado e definido, com todas as condições atuais e indicadores, completando com o A3 de planeamento onde é possível delinear um plano de ação e prevenir todos os riscos que podem aparecer.
  2. Capacidade de gerir riscos (e imprevistos). E que riscos… A incerteza e a mudança constante da área da inovação e empreendedorismo social fazem com que os gestores destes projetos precisem de estar, sempre, preparados para a flexibilidade e adaptabilidade. Precisam de ajustar as suas estratégias e planos conforme as necessidades e desafios que vão surgindo. Isto requer uma mentalidade ágil e aberta à experimentação, onde os erros têm de ser vistos como oportunidades de aprendizagem e crescimento.
  3. Promover a colaboração e participação das partes interessadas é fundamental para projetos bem-sucedidos. Se numa gestão de projetos geral é importante identificar o Sponsor e os principais stakeholders, nesta área enfatizamos ainda mais essa importância. Bons projetos não são feitos de forma isolada, são necessárias parcerias sólidas e envolvimento ativo de todos os interessados, para aumentar as oportunidades de sucesso e garantir soluções verdadeiramente relevantes e sustentáveis a longo prazo. Muitas das vezes são estes parceiros que fornecem as decisões Go/No Go do nosso projeto.

Ao longo da minha carreira profissional tive a oportunidade de ir gerindo projetos na área social e comunitária, que me fizeram perceber a importância de os planear cuidadosamente. É fundamental parar, preparar, refletir, redefinir, para melhorar e avançar. Nem sempre isto é feito! Aparentemente, nunca há tempo para a preparação. Pegamos num projeto, arrancamos com ele, sem sequer medir o risco. Será que o Swat Valey Project ou a Khan Academy, como sendo dois dos projetos mais influentes nos últimos 50 anos, conseguem ter bons resultados sem qualquer tipo de planeamento ou gestão?

Por isso, se queremos ter projetos na área social inovadores e, acima de tudo, influentes, temos de recorrer ao melhor que a gestão de projetos nos pode dar. Em síntese, temos de recorrer a estruturas organizadas, promover uma comunicação eficaz, alocar recursos de forma eficiente, mitigar riscos e facilitar a linguagem organizacional.

Na inovação e empreendedorismo social, temos de ser o Maverick Social e ter uma abordagem ousada e criativa para enfrentar os desafios e os riscos. Queremos caminhar para ter os deliberables direcionados para o propósito social e garantir que atingimos os milestones da mudança.