VOLUNTARIADO, a arte de dar e receber e de fazer acontecer

VOLUNTARIADO, a arte de dar e receber e de fazer acontecer

Um dos desígnios de uma sociedade que aspira a uma maior presença do voluntariado nas suas práticas e condutas é contribuir de maneira significativa para a valorização dos seres humanos. Como? Promovendo, em programas de voluntariado, aprendizagens sociais que os capacitem a responder criativamente aos desafios que lhes são impostos pelo mundo contemporâneo.

Desde 2011, Ano Europeu do Voluntariado, que Portugal e os restantes países europeus, têm desenvolvido um conjunto de ações que tem promovido a compreensão, a visibilidade e o reconhecimento do valor do voluntariado.

Em 2021 celebraram-se os 10 anos do Ano Europeu do Voluntariado, ano em que foi criada a PAVE - a Agenda Política do Voluntariado na Europa, que estabeleceu recomendações para um quadro político europeu mais eficiente e ativo no apoio e promoção do voluntariado. Estas promovem e apoiam o voluntariado como uma demonstração dos valores europeus, proporcionando um veículo de cidadania ativa e de contribuição para o crescimento social e económico.

Dez anos depois, pretendeu-se estabelecer as bases para a construção de um Plano para o Voluntariado Europeu 2030, do qual resultou o Blueprint for European Volunteering 2030. Este instrumento aproveita os pontos fortes da PAVE, incorpora os objetivos de desenvolvimento sustentável e reconhece o impacto e os resultados que o voluntariado teve na nossa sociedade durante a pandemia e no processo de recuperação. Pretende-se que seja uma ferramenta de suporte e orientação para todas as partes interessadas, garantindo um maior foco, intensidade e velocidade de investimento e desenvolvimento do voluntariado.

É urgente aumentar a taxa de voluntariado em Portugal e na Europa. É imperioso influenciar os decisores políticos no sentido de perceberem que os voluntários não são apenas uma fonte de trabalho para tarefas essenciais e significativas para a sociedade, mas que desempenham um papel importante na coesão social e nas relações interpessoais. A par disso, abrem caminho à consolidação dos valores europeus. É preciso dar voz e espaço, corpo e alma aos voluntários, assegurando deste modo, a existência de comunidades resilientes e sustentáveis.

Os voluntários devem ser vistos como atores empenhados na democracia participativa, trabalhando de forma harmoniosa para a melhoria da qualidade de vida das comunidades, contribuindo desse modo para sociedades mais justas, tornando possível e viável a existência de uma EUROPA e um PORTUGAL inclusivo e acessível a todos e a todas.

É tempo de (re)organizar e re(conectar) pessoas e recursos, valores e sentidos de pertença e, de maneira audaz, envolver e co(relacionar) territórios, instituições e gentes que tenham na sua génese este compromisso com o todo. São eles os responsáveis, por de forma sui generis, envolver, responsabilizar e delegar em muitos outros, os valores mais nobres da cidadania, onde a prática do voluntariado se constitui como uma premissa fundamental.